Uma recente revisão científica publicada na Medical Cannabis and Cannabinoids destaca os potenciais benefícios de produtos de cannabis com alto CBD e baixo THC para crianças e adolescentes com condições como autismo (Transtorno do Espectro Autista – TEA), epilepsia, câncer e síndrome de Sturge-Weber. A revisão avaliou dados de 10 estudos realizados desde 2019, envolvendo pacientes pediátricos com menos de 21 anos. Os resultados sugerem que a cannabis medicinal pode melhorar significativamente a qualidade de vida de crianças com essas condições, mostrando resultados promissores na redução dos principais sintomas, com efeitos colaterais leves e gerenciáveis.
O relatório, produzido pela Leafwell e pela Universidade de Duke, sugere que, embora mais pesquisas sejam necessárias, os produtos médicos à base de cannabis podem complementar os tratamentos médicos estabelecidos, especialmente em casos de TEA pediátrico. A revisão descobriu que a cannabis medicinal melhorou os resultados de muitas crianças com TEA, embora houvesse variação nos efeitos entre diferentes subtipos da condição. A revisão também indicou que apenas uma pequena porcentagem dos pacientes experimentou o agravamento dos sintomas, enquanto a maioria relatou melhorias.
Os pesquisadores observaram que os estudos revisados focaram principalmente em produtos de cannabis não aprovados pela FDA, como soluções orais ou flores secas com concentrações altas de CBD e baixo THC. Isso contrasta com tratamentos aprovados pela FDA, como o Epidiolex, um medicamento à base de CBD. A revisão enfatizou a necessidade de pesquisas contínuas sobre a segurança e eficácia a longo prazo desses produtos de cannabis, especialmente para pacientes jovens.
De modo geral, a revisão apoia a ideia de que a cannabis medicinal pode ser uma alternativa mais segura a medicamentos tradicionais, como opioides e sedativos, com menos efeitos colaterais. Também destaca a necessidade de educação para pacientes e profissionais de saúde sobre o uso seguro e eficaz da cannabis para pacientes pediátricos. No entanto, a revisão pede mais investigação sobre dosagem, os tipos de produtos mais eficazes e como a cannabis interage com outros medicamentos.
Essa revisão adiciona à crescente base de evidências que sugerem que tratamentos à base de cannabis podem desempenhar um papel valioso no manejo de condições crônicas em crianças e adolescentes.